Gosto da maneira como sorris quando entro na tua sala, um sorriso terno e afável, capaz de acolher o rio tumultuoso que há em mim. A forma como retiras suavemente os dedos do teclado e te recostas para me ouvires, a atenção que dás a cada ênfase meu (ainda me estás a ouvir?), o suspiro longo de pausa no trabalho, esse mar de tranquilidade que transborda, quase se torna ofensivo de tão perfeito.
Gosto de quando troças das minhas manias, dos meus jeitos por vezes rudes, da maneira como trincas o lábio enquanto debito saldos bancários e olhas para a gaivota que de súbito raza a paisagem, tão perto de nós, quase a agoirar, a adivinhar tempestade.
Gosto que partilhes comigo pequenos segredos, coisas só tuas, coisas do íntimo, viagens por aí e dentro de ti.

Gosto quando perguntas como estou e ficas à espera de resposta

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