As pessoas

têm tendência a relevar o que as primeiras impressões lhes transmitem, sobretudo quando se apaixonam. E foi assim que aconteceu o nós e que só mais tarde me lembrei daquilo que me disseste na noite em que te declaraste (bêbado). Não me esqueço das tuas palavras e de as ter considerado absurdas. Perdoei-as como desculpa do estado embriagado em que estavas, mas hoje não as relevaria, nem tão pouco o facto de só teres conseguido coragem de as dizeres com a ajuda de uns copos mal medidos. Devia ter seguido o meu instinto e ter-te deixado à porta da discoteca em Alcântara depois de uns beijos,  mandava-te à gaita e com sorte os nossos caminhos nunca mais se cruzariam, porque nos destruímos. Fomos seguindo sempre a destruir-nos. 

A tua sorte foi que eu já estava ébria. E foi também esse o nosso azar. 

Hoje em dia chamas-me besta sempre que te mando à gaita,  que era o que eu te devia ter chamado naquela noite antes de te virar as costas. Quadrada.

O nosso amor ficou enguiçado naquelas tuas palavras iniciais,  vê se entendes. Não há antídoto para isso. 

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