(...) oldies


Parecia que estavas à minha espera, talvez o vento tenha antecipado a minha presença, não sei, mas no momento em que puseste os olhos em mim levantaste-te num salto mal disfarçado e vieste na  minha direcção.

Isso era no tempo em que me sorrias, no tempo em que me chamavas para me dares o teu novo número de telefone (mudavas constantemente), no tempo em que tudo era bom e sem complicações. No tempo em que eu fumava ganzas como quem fuma tabaco.

1º limitavas-te  a vender-me com um sorriso aberto, quase dado. Depois começaste por começar a enrolar enquanto estava contigo e fumávamos juntos. Eu sabia que o que querias era que eu ficasse vulnerável, mas vulnerável já eu estava e gostava de me deixar levar. Foi em frente às tuas caixas de correio que me beijaste pela 1º vez (e pela última também). Como gosto de guardar das pessoas as boas recordações, nunca mais voltei a ver-te. Mas lembro-me muitas vezes de ti, claro.

A minha memória é feita de flashes quase fotográficos, quase virtuais, quase reais. Passo-os muito mal para a tela. Lamento, nunca fui dada às artes pictográficas, o meu elã é mais artes manuais. E também nunca fui boa nas lembranças, excepção feita às que vincaram um dia as minhas sensibilidades.

(este blog é sobre pessoas concretas, quase fictícias quase palpáveis, sempre genuínas) 

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