quem diz o que pensa (às vezes) ouve o que não quer

a justificar-me por um ligeiro atraso no pagamento de uma factura, informo o colaborador bem-disposto (lido com ele há 10 anos) que estou "um bocado atrasada". Começando ele a gracejar com o termo "atrasada" (atrasada para quê, menina? para o comboio?), riposto com uma frase que subitamente subiu ao cérebro: "estou atrasada, mas descanse que não é o pai" (ahahah gargalhadas cá dentro, pensava eu). Responde-me o velho: "Olhe, menina, desculpe que lhe diga, mas eu não me importava nada de ser o pai!". Fiquei altamente encaralhada e comecei a gracejar e a titubear qualquer coisa que me removesse depressa daquela situação. Mas o tom jocoso do velho não cessou durante o resto do telefonema.

O mantra de hoje é não falar sem pensar, sem medir as consequências. Isso e não dar confiança a velhos.

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