passados 15 anos ela quis procurá-lo


Googlou o nome dele (ainda o sabia de cor por ser composto por cinco nomes próprios). Colocou todas as referências de que dispunha, chegou a perguntar por ele a outros ex-colegas, mas não encontrou nada para além de uma referência local bastante abrangente.

Facebookou e nada para além de sete homens iguais no nome. Nenhum era ele.

No linkedin (linkediou pois) apareceu uma entrada que podia ser ele com o número de telemóvel. Enviou-lhe um sms com referência à escola secundária onde o conheceu. Ao fim de dois dias de troca de sms' s com um telefonema no meio (a voz era parecia, à luz dos efeitos temporais. Em 15 anos a voz muda, caramba) teve a certeza de estar a comunicar com outro homem que se fez passar pelo amigo, inventando situações estranhas e que no meio dos pedidos de desculpa ainda solicitava contactos futuros (não sou o teu amigo, mas podemos vir a ser, quem sabe).

eu sei. sei que não devia esperar tanto das pessoas, o ser humano é, cada vez mais, um amontoado de mentiras e falsidades (vejo por mim).

e depois voltou a lembrar-te daquele antigo colega da escola, por quem sentiu um fraquinho e facebookou passados uns meses e.. maravilha: é ele! Ok, já não tem o cabelo de esfregona surfista nem esperas que tenha. Mas é ele sem dúvida alguma. Envias mensagem na esperança de redimir de uma vez a porra-tonta que se fez passar por ele e tens uma resposta tardia e seca. Pensas que vais beber mel e saí-te vinagre.

As pessoas não mudam. Quanto muito fingem que mudam.