voltei a ouvir o álbum

e sinto uma tristeza enorme, porque me lembra aquele amor que não dividimos, o que preferimos subtrair às emoções. Nunca mais vou conseguir ouvi-lo com o deleite com que inicialmente o ouvia.

A música é calma, porreira, o piano é brilhante e cristalino, mas a única imagem que se desenrola no meu cérebro é o teu perfil, muito semelhante ao do gonzalez na capa do cd e os olhos tristes. a conversa de despedida. o hotel flamingo e o dia e hora exactos em que caímos de amores um pelo outro.

e um poema na minha cabeça (quando estamos apaixonados somos tão líricos)

não me obrigues a ver-te
ao veres-me assim
vulnerável e incapaz
de um acto de loucura ou grandeza
na passagem pela paisagem
do teu olhar *

vou ouvi-lo mais uma vez para me lembrar que um dia exististe e que me apaixonei por ti. e para me lembrar que a paixão é o melhor estado emocional que existe. e que a dor de não consumares uma paixão é dolorosa, mas não permanente.

* (este poema tem autor e não sou eu, lembro-me dele dos tempos da faculdade, foi publicado por um aluno da FLUL e suponho que assinava com o nome de cargaleiro)

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